CARREIRA
No dia 16 de fevereiro de 1958 nasceu, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Oscar Daniel Bezerra Schmidt. Sendo filho de militar, Oscar sempre foi incentivado a praticar esportes. Ao contrário do que muitos imaginam, no entanto, a bola laranja não foi sua primeira escolha; Oscar gostava de jogar futebol, tendo se interessado por basquete apenas após se mudar para Brasília, por influência de Zezão, seu técnico no Salesiano, que o incentivou, aos 13 anos de idade, a procurar o Clube Unidade Vizinhança, que era treinado pelo técnico Laurindo Miura, e viria a se tornar seu primeiro clube.
O COMEÇO (1958 - 1973)
Em 1974, aos 16 anos de idade, Oscar mudou-se para São Paulo, para iniciar sua carreira no infanto-juvenil do Palmeiras. Por lá, rapidamente se destacou, sendo convocado para a seleção juvenil de basquete; em 1977, foi eleito melhor pivô do sul-americano juvenil e, com isso, garantiu vaga na seleção principal, com a qual foi campeão sul-americano e ganhou uma medalha de bronze no campeonato mundial das Filipinas, em 1978.
INÍCIO DA CARREIRA (1974 - 1978)
Por conta de seu ótimo desempenho na seleção brasileira, o técnico Cláudio Mortari decidiu levar Oscar para jogar no Sírio, onde conquistou, em 1979, um dos títulos mais importantes de sua carreira: a Copa William Jones, o mundial interclubes de basquete. No ano seguinte, disputou sua primeira Olimpíada, em Moscou, na qual anotou 169 pontos, ajudando o Brasil a conquistar o 5º lugar.
O TÍTULO QUE MUDOU TUDO (1979 - 1981)
No ano de 1982, Oscar se desligou do Sírio e foi jogar no América do Rio. Sua passagem pelo clube carioca, no entanto, foi curta, já que a conquista do mundial interclubes e o bom desempenho nas Olimpíadas chamaram a atenção não apenas dos brasileiros, mas também do mundo; poucos meses após chegar ao Rio de Janeiro, Bogdan Tanjevic, ex-técnico do time que havia sido batido pelo Sírio em 1979, procurou Oscar e fez questão de levá-lo para defender o Juvecaserta, time que treinava em Caserta, na Itália.
DO BRASIL PARA O MUNDO (1982)
Oscar jogou 11 temporadas na Itália, 8 pelo Juvecaserta e 3 pelo Pavia. Esse foi um dos períodos mais intensos de sua vida, quando teve oportunidade de elevar o nível de seu jogo e tornar-se um dos cestinhas mais desejados pelos clubes europeus; durante o tempo em que jogou na Itália, foram 13.957 pontos anotados, que fizeram com que ele se tornasse o primeiro jogador a ultrapassar a marca de 10 mil pontos no Campeonato Italiano - em um único jogo, do Fernet Branca, Oscar marcou 66 pontos, o que o colocou entre os recordistas de pontos em uma única partida.
ITÁLIA (1982 - 1993)
Um ano após retornar de sua quarta Olimpíada, em Barcelona, na qual foi novamente o cestinha da competição, com 198 pontos, Oscar se transferiu para o Fórum, de Valladolid, na Espanha. Por lá, brilhou novamente, encantando os europeus com seu estilo de jogo - o escritor Felix Angel chegou até mesmo a escrever um livro a respeito de Oscar, chamado "Jugar como Oscar".
ESPANHA (1993 - 1995)
Apesar de ter carinho por todos os clubes em que jogou, a Seleção Brasileira sempre teve um lugar especial no coração de Oscar.
No ano de 1984, ele teve a oportunidade de jogar sua segunda Olimpíada, em Los Angeles, na qual voltou a marcar 169 pontos. Seu desempenho foi tão marcante que o New Jersey Nets, de Nova York, tentou contratá-lo após o torneio. Apesar de ter ficado lisonjeado com a procura, a paixão de Oscar pela seleção falou mais alto, fazendo com que ele recusasse o convite da NBA para não perder o status de amador, já que isso faria com que ele nunca mais pudesse atuar pela seleção.
Apesar de drástica, sua escolha mostrou-se acertada alguns anos depois, quando ele retornou para os Estados Unidos para o Panamericano de 1987, disputado em Atlanta, e ajudou a seleção a bater os americanos em sua própria casa. Essa viria a ser uma das maiores conquistas de sua carreira.
No ano seguinte, em 1988, Oscar disputou sua terceira Olimpíada pelo Brasil, em Seul. Apesar de o Brasil ter ficado apenas em 5º, Oscar teve um desempenho marcante, sendo o cestinha da competição, com 338 pontos (55 deles em uma única partida, contra a Espanha) e quebrando outros 10 recordes Olímpicos: melhor média de pontos, mais pontos em uma única edição, mais pontos em um único jogo (55), mais cestas de 3 pontos em uma edição, mais cestas de 3 pontos em um único jogo, mais cestas de 2 pontos em um único jogo, mais lances livres em uma edição e mais lances livres em um único jogo. Outros recordes ainda viriam.
SELEÇÃO BRASILEIRA (1977 - 1996)
No ano de 1995, Oscar decidiu retornar para o Brasil. Para tanto, transferiu-se para o Corinthians, onde ganhou, em 1996, o oitavo título brasileiro de sua carreira.
Ainda em 1996, Oscar jogou sua quinta e última Olimpíada, a pedido de seu técnico, Ari Vidal - ele havia dito que iria se desligar da seleção após Barcelona. Com isso, igualou o recorde de Teófilo da Cruz; hoje Oscar, Teófilo e Andrew Gaze dividem a marca de maior número de participações de um jogador de basquete em Olimpíadas. Em Atlanta, foi cestinha da competição pela terceira vez, com 219 pontos, desempenho que garantiu a Oscar o posto de maior cestinha da história das Olimpíadas, com 1093 pontos.
No Brasil, Oscar ainda jogou pelo Banco Bandeirantes, entre 1997 e 1998, Mackenzie, entre 1998 e 1999 e Flamengo, entre 1999 e 2003 - foi no rubro-negro, aliás, que Oscar alcançou uma das marcas mais expressivas de sua carreira: maior cestinha da história do basquete, com 49,737 pontos. Até então, esse posto pertencia a Kareem Abdul-Jabbar, com 46.725 pontos. No ano de 2003, ele se aposentou das quadras.